A Singular Computing, uma empresa de tecnologia sediada em Massachusetts, EUA, entrou com uma ação judicial contra a Google, alegando que a gigante das tecnologias apropriou-se indevidamente de tecnologia de inteligência artificial (IA) patenteada pela Singular.
A disputa, que envolve uma quantia significativa de 1,67 mil milhões de dólares, centra-se nos Tensor Processing Units (TPUs) da Google, uma tecnologia-chave nos avanços da empresa em IA.
Encontro entre gigantes: origens do conflito
O caso começou a ganhar forma entre 2010 e 2014, quando Joseph Bates, fundador da Singular Computing, teve vários encontros com a equipa da Google.
Durante essas reuniões, Bates partilhou algumas das suas ideias inovadoras relacionadas com processamento de IA.
A Singular Computing afirma agora que a Google incorporou essas tecnologias patenteadas nos seus TPUs, usados em serviços como o motor de busca, Gmail e Google Translate.
Divergências tecnológicas: a defesa da Google
Em contrapartida, a defesa da Google, liderada pelo advogado Robert Van Nest, argumenta que a equipa responsável pelo desenvolvimento dos TPUs nunca se encontrou com Bates e que desenvolveu as suas tecnologias de forma independente.
Van Nest descreveu Bates como “um inventor desapontado” e enfatizou que a tecnologia da Singular Computing era propensa a cálculos incorretos devido ao uso de matemática aproximada.
Segundo ele, os TPUs da Google são “fundamentalmente diferentes” dos descritos nas patentes da Singular.
A batalha legal: detalhes e desenvolvimentos
Este não é o primeiro embate legal da Google. A empresa já enfrentou processos judiciais de alto perfil, incluindo um recente caso com a Epic Games e um acordo de 700 milhões de dólares, relacionado a outra ação antitrust.
No entanto, este caso com a Singular Computing destaca-se pela complexidade tecnológica e pelo elevado valor monetário envolvido.
A Singular Computing inicialmente pretendia reivindicar até 7 mil milhões de dólares em danos, mas, segundo a Reuters, a quantia pedida durante o julgamento foi reduzida para 1,67 mil milhões de dólares.
A disputa centra-se principalmente nas segundas e terceiras versões dos TPUs da Google, lançadas em 2017 e 2018, que a Singular Computing alega infringirem as suas patentes.
O caso também se encontra em análise num tribunal de apelações em Washington, baseando-se num recurso que a Google interpôs junto do USPTO (Escritório de Patentes e Marcas Registadas dos EUA).
Impacto no mundo da tecnologia
Este processo não é apenas uma disputa entre duas empresas; é um confronto que pode redefinir os limites da propriedade intelectual no campo da IA.
A decisão do tribunal poderá ter implicações significativas no desenvolvimento futuro de tecnologias de IA e no papel que a propriedade intelectual desempenha neste campo em rápida evolução.
Para onde vamos a partir daqui?
Com a tecnologia de IA a avançar a um ritmo acelerado, casos como este enfatizam a importância de proteger inovações enquanto se promove um ambiente colaborativo e de inovação aberta.
À medida que a batalha legal entre a Singular Computing e a Google continua, o mundo da tecnologia aguarda ansiosamente o desfecho, que poderá estabelecer um precedente importante para futuras disputas de propriedade intelectual na era da IA.
Este caso está longe de ser resolvido e promete manter tanto juristas como entusiastas de tecnologia atentos a cada novo desenvolvimento.
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