A Microsoft está a apostar forte na inteligência artificial e deu agora um passo marcante com a introdução do Copilot Vision, uma funcionalidade que permite ao assistente virtual ver literalmente o que está no teu ecrã — e até o que a câmara do teu smartphone capta. Integrado nativamente no Windows 11 e também na aplicação móvel Copilot, este novo recurso promete um tipo de assistência mais proativa e contextualizada.
O objetivo é simples: transformar o Copilot num verdadeiro assistente pessoal digital, capaz de perceber o que estás a fazer e ajudar-te sem que tenhas de o pedir. Ainda assim, a ideia de uma IA a observar o teu ecrã em tempo real levanta algumas questões importantes, especialmente no que toca à privacidade.
Um assistente que não espera por ordens
O Copilot Vision representa uma evolução significativa do conceito de assistente virtual. Se antes estas ferramentas esperavam que lhes desses ordens, agora passam a agir com base no que veem. A funcionalidade pode:
- Ler folhas de cálculo e sugerir alterações
- Resumir documentos PDF
- Propor ajustes nas definições do sistema
- Reconhecer objetos captados pela câmara do telemóvel (como uma baga silvestre ou um monumento)
Ao estar embutido diretamente no sistema operativo, o Copilot Vision tem uma vantagem que rivais como o ChatGPT ou o Gemini não têm: está sempre presente e pode agir em tempo real, sem necessidade de alternar entre aplicações.
A eterna questão da privacidade
Naturalmente, esta capacidade levanta preocupações. Afinal, estamos a falar de uma IA que “vê” tudo o que estás a fazer. A Microsoft antecipou essas dúvidas e fez questão de sublinhar que o Copilot Vision só funciona com permissão explícita do utilizador. Não está ativo por defeito e não acede ao ecrã ou à câmara sem que autorizes.
Ainda assim, o grau de controlo e de transparência será determinante para o sucesso da funcionalidade. Se a Microsoft dificultar o acesso às definições de permissão ou começar a ativar o Vision por padrão, corre o risco de afastar utilizadores que valorizam a privacidade.
Por agora, a promessa é clara: o controlo está nas tuas mãos. Cabe-te decidir quando e como o Copilot pode ver o que estás a fazer.
Uma aposta ambiciosa, mas útil
Apesar das reservas, há também um lado bastante prático nesta novidade. Imagina que estás a trabalhar num documento complicado e o Copilot sugere uma forma mais clara de organizar a informação, sem que tenhas de parar o que estás a fazer. Ou estás a preparar um relatório e a IA resume automaticamente os PDFs que abriste ao longo do dia.
No contexto móvel, o potencial é igualmente interessante. Ao usar a câmara do teu telemóvel, o Copilot pode ajudar-te a identificar elementos visuais do mundo real, como plantas, sinais ou produtos, e dar-te informação útil no momento.
Mantém os olhos abertos — e a IA também
O futuro da assistência digital parece estar a caminhar para um modelo mais integrado e “visível”. O Copilot Vision é um exemplo claro dessa tendência, oferecendo um nível de proatividade que até agora estava reservado a experiências mais limitadas.
Mas com grande poder vem grande responsabilidade. E neste caso, essa responsabilidade é tanto da Microsoft como do utilizador. Cabe-te a ti definir os limites do que queres partilhar com a IA.
Se estás curioso com o potencial do Copilot Vision, o melhor é experimentares por ti próprio – mas com atenção redobrada às permissões que estás a conceder. Afinal, mesmo que o Copilot seja um assistente útil, ninguém gosta da ideia de ter olhos digitais a espreitar por cima do ombro sem aviso.
