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A China escalou hoje a tensão com os Estados Unidos no setor tecnológico ao declarar que os processadores americanos “já não são seguros” para utilização por organizações chinesas.
Esta medida surge como resposta direta à mais recente ronda de sanções impostas pelos EUA, que limitam o acesso da China a tecnologias de produção de semicondutores.
Como a China Está a Reconfigurar o Mercado de Processadores
A Internet Society of China aconselhou as empresas a considerarem cuidadosamente a escolha dos fabricantes de semicondutores e incentivou a utilização proativa do crescente mercado doméstico de processadores.
Esta mudança estratégica não representa uma proibição formal, mas estabelece uma clara orientação para o mercado interno.
No ano anterior, a China já tinha incluído vários processadores específicos produzidos pela Intel, AMD e outras fabricantes numa lista negra, forçando as empresas a afastarem-se da tecnologia ocidental.
Um grupo que representa os profissionais de cibersegurança chineses chegou inclusive a alegar que a Intel estaria a instalar backdoors nos processadores para serem utilizados pela NSA em espionagem.
O Impacto Global da Restrição de Minerais Raros
Numa jogada estratégica adicional, a China proibiu a exportação de gálio, antimónio e germânio para os Estados Unidos, minerais cruciais tanto para aplicações militares como civis.
Esta decisão é particularmente significativa dado que a China controla 98% da produção mundial de gálio bruto, 48% de antimónio e 83% de germânio.
A restrição destes minerais essenciais está a provocar um aumento significativo nos preços globais, obrigando os Estados Unidos a procurar fontes alternativas. Esta situação poderá ter impactos substanciais na cadeia de fornecimento global de tecnologia.
Preocupações com Infraestruturas Críticas
A China Association of Communication Enterprises solicitou a Pequim que investigue potenciais vulnerabilidades na cadeia de fornecimento de infraestruturas críticas que utilizam processadores ocidentais.
Esta investigação poderá resultar em mudanças significativas na forma como as empresas chinesas gerem as suas infraestruturas tecnológicas.
Os especialistas sugerem que esta medida faz parte de uma estratégia mais ampla para reduzir a dependência de tecnologia estrangeira e promover o desenvolvimento da indústria de semicondutores doméstica chinesa, que tem recebido investimentos significativos nos últimos anos.
O Futuro das Relações Tecnológicas EUA-China
Esta escalada de tensões entre as duas maiores economias mundiais sugere um futuro onde o mercado global de tecnologia poderá tornar-se cada vez mais fragmentado.
As empresas internacionais que operam na China poderão enfrentar pressões crescentes para adaptar as suas cadeias de fornecimento e escolher entre tecnologias chinesas ou ocidentais.
A situação atual representa um ponto de viragem significativo nas relações tecnológicas entre os dois países, com potenciais implicações de longo alcance para a indústria global de tecnologia e para as empresas que dependem de semicondutores para as suas operações.
Pontos Principais:
- China declara chips americanos como não seguros
- Retaliação às sanções americanas sobre tecnologia de semicondutores
- Restrição chinesa na exportação de minerais raros
- Impacto nas empresas como Nvidia, AMD e Intel
- China controla 98% da produção mundial de gálio
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