O mercado chinês de smartphones continua a ser um dos mais competitivos do mundo, e os resultados do segundo trimestre de 2025 provam-no mais uma vez. A Huawei solidifica a sua posição de liderança, mas a grande surpresa vem da Apple, que, pela primeira vez em dois anos, vê as vendas do iPhone a crescer novamente.
Os dados, revelados pela consultora Counterpoint, mostram um cenário fascinante. A Huawei está no topo com um crescimento impressionante, mas a recuperação da Apple, após um longo período de dificuldades, indica que a gigante de Cupertino está de volta à luta no seu segundo maior mercado. A batalha pela preferência dos consumidores chineses está mais acesa do que nunca.
O regresso inesperado da Apple ao jogo
Depois de dois anos a navegar em águas turbulentas no mercado chinês, a Apple tem finalmente motivos para sorrir. A empresa registou um crescimento anual de 8% nas vendas, um número que, por si só, já seria positivo, mas que ganha uma importância tremenda por marcar o fim de um ciclo negativo.
Mas o que esteve por detrás desta reviravolta? Segundo os analistas da Counterpoint, a estratégia da Apple foi certeira e executada no momento perfeito. A empresa ajustou os preços do iPhone em maio, uma decisão que foi muito bem recebida pelos consumidores. Este corte de preços aconteceu estrategicamente uma semana antes do “618”, um dos maiores festivais de compras online da China, o que potenciou o seu impacto.
Ethan Qi, Diretor Associado da Counterpoint, sublinha que “o ajuste de preços da Apple em maio foi oportuno e bem recebido”. A par desta estratégia, as promoções focadas nos modelos mais recentes, como o iPhone 16 Pro e o Pro Max, ajudaram a impulsionar as vendas e a colocar a marca novamente numa trajetória de crescimento. É um sinal claro de que a Apple ainda tem uma palavra a dizer e que sabe como se adaptar a um mercado exigente.
A liderança inabalável da Huawei e a força da lealdade
Apesar da recuperação da Apple, a coroa do mercado chinês pertence, por agora, à Huawei. A empresa registou o maior crescimento entre as principais marcas, com um aumento de 12% em relação ao ano anterior, o que a catapultou para o primeiro lugar do pódio.
O segredo do sucesso da Huawei reside, em grande parte, na lealdade da sua base de utilizadores. Ivan Lam, Analista Sénior da Counterpoint, explica que “a Huawei continua a beneficiar da lealdade dos seus utilizadores principais, que trocam os seus telemóveis antigos por novos lançamentos da Huawei”. Esta teoria é perfeitamente ilustrada pelo sucesso de modelos como o Pura X e a série Nova 14.
Muitos consumidores optaram por trocar os seus dispositivos antigos por estes novos modelos, atraídos por vários fatores: os novos designs, as funcionalidades de inteligência artificial cada vez mais integradas, a maturidade do sistema operativo HarmonyOS 5.0 e uma excelente relação custo-benefício. A Huawei conseguiu criar um ecossistema forte e uma identidade de marca que gera uma forte ligação com os seus clientes.
Um campo de batalha tecnológico cada vez mais intenso
O cenário do segundo trimestre de 2025 mostra que a competição no mercado chinês está a intensificar-se. Não se trata apenas de uma luta entre a Huawei e a Apple; outras marcas chinesas também estão a pressionar, tornando o ambiente ainda mais desafiador.
A Huawei continua a inovar a um ritmo acelerado, especialmente no que toca aos seus próprios processadores e à integração de funcionalidades de IA, áreas onde se destaca da concorrência. Esta aposta em tecnologia própria é um fator diferenciador que pode ajudar a manter a sua liderança a longo prazo.
A recuperação da Apple é uma ameaça a essa liderança? Sem dúvida. Mostra que a marca americana não pode ser subestimada e que a sua capacidade de ajustar estratégias de preço e marketing continua a ser uma arma poderosa. O futuro próximo dirá se a recuperação da Apple é sustentável ou se a Huawei conseguirá manter a sua vantagem com a contínua inovação e a lealdade dos seus fãs. Uma coisa é certa: os consumidores são os grandes vencedores desta batalha renhida.
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