Spider-Verse 3 chega mais cedo, mas entra numa guerra de gigantes

Temos boas e más notícias para os milhões de fãs que aguardam ansiosamente o final da épica trilogia de Miles Morales. A boa notícia é que Spider-Man: Beyond the Spider-Verse acaba de receber uma nova data de estreia e vai chegar aos cinemas uma semana mais cedo do que o previsto. A má notícia? Essa antecipação atira o nosso aranhiço preferido para o meio de uma autêntica batalha campal pela atenção e pela carteira das famílias, colocando-o em confronto direto com dois dos maiores nomes da animação mundial.

A Sony Pictures alterou novamente o calendário, e o que à primeira vista parece um presente para os fãs, pode revelar-se uma jogada arriscada que irá testar a força do Spider-Verse como nunca antes. A dança de datas é estranha, mas a nova configuração do campo de batalha é ainda mais perigosa, com a Pixar e o regresso de Shrek a prometerem um dos verões mais competitivos de sempre no cinema de animação. Prepara as pipocas, porque a verdadeira luta não será contra o Spot, mas sim nas bilheteiras.

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Uma dança de datas que levanta questões

A jornada de Beyond the Spider-Verse até ao grande ecrã tem sido tudo menos linear. Inicialmente, o filme estava agendado para 4 de junho de 2027. Depois, em julho, foi adiado para 25 de junho, uma decisão que, segundo o The Hollywood Reporter, foi tomada por se considerar esta data mais apelativa para as audiências internacionais. É aqui que as coisas começam a ficar estranhas.

Agora, numa nova reviravolta, a Sony decidiu antecipar o lançamento para 18 de junho de 2027. A decisão contradiz a lógica do adiamento anterior. Se a data mais tardia era melhor para o mercado global, porque é que o estúdio decidiu voltar atrás e aproximar-se da data original? A estratégia da Sony e da Marvel parece confusa, mas a consequência imediata é clara: o filme aterrou num ninho de vespas.

Uma arena de gigantes: a nova e perigosa competição

A nova data de 18 de junho coloca Beyond the Spider-Verse em rota de colisão direta com outros titãs da animação, transformando um lançamento que seria tranquilo numa guerra de desgaste por cada bilhete vendido.

O primeiro adversário está no mesmo ringue e no mesmo dia. A Pixar, da Disney, tem agendado para o mesmo 18 de junho de 2027 a estreia do seu novo filme, Gatto. É verdade que a Pixar já não é a máquina infalível de fazer dinheiro que outrora foi. Com exceção do estrondoso sucesso de Inside Out 2, os seus lançamentos mais recentes, como Lightyear, Elemental e Elio, tiveram desempenhos modestos nas bilheteiras. No papel, o Spider-Verse, cujos dois primeiros filmes arrecadaram mais de mil milhões de dólares em conjunto, deveria ser o claro vencedor. No entanto, a força da marca Pixar nunca pode ser subestimada, e ter dois grandes filmes de animação a estrear no mesmo dia significa, inevitavelmente, dividir o público e as receitas.

Mas o verdadeiro ogre no pântano desta história chega apenas 12 dias depois. A 30 de junho, a Universal Pictures lança o muito aguardado Shrek 5. O regresso de uma das sagas de animação mais amadas e lucrativas de todos os tempos é um evento cinematográfico por si só. A proximidade entre os lançamentos é um pesadelo logístico e financeiro para todos os envolvidos.

A carteira dos pais como o derradeiro campo de batalha

O problema fundamental é simples: Gatto, Beyond the Spider-Verse e Shrek 5 são todos filmes de animação, posicionados para o mesmo público-alvo: as famílias. Com o preço dos bilhetes de cinema a aumentar de ano para ano, a grande maioria das famílias simplesmente não terá orçamento para ir ver três grandes produções de animação ao cinema num espaço de duas semanas. Terão de escolher.

Esta concentração de lançamentos cria um cenário de canibalização, onde o sucesso de um pode significar o fracasso relativo de outro. Será que a nostalgia e o apelo universal de Shrek vão levar os pais a guardar o dinheiro para ver o ogre verde em vez do aranhiço adolescente? É um risco muito real que pode impactar significativamente as receitas de bilheteira de Beyond the Spider-Verse, limitando o seu potencial de lucro.

A grande questão que agora se coloca é: quem vai piscar primeiro? Qual dos três estúdios – Sony, Disney/Pixar ou Universal – vai ceder e alterar a sua data para fugir desta linha de fogo? A resposta não deverá demorar muito. Com a Disney e a Universal a prepararem-se para apresentar os seus relatórios financeiros e calendários atualizados para 2026/2027 antes do final do ano, a guerra de nervos está instalada. Uma coisa é certa: o verão de 2027 será inesquecível para os fãs de animação, mas um verdadeiro quebra-cabeças para os estúdios.

Amante de tecnologia, desporto, música e muito mais coisas que não cabem em 24 horas. Fundador do AndroidBlog em 2011 e autor no Techenet desde 2012.