Com a confirmação de que Ciri será a protagonista em “The Witcher 4”, a ansiedade dos fãs dispara, não só pela promessa de novas aventuras, mas também pela oportunidade de ver aprofundados alguns dos mistérios mais intrigantes do vasto universo criado por Andrzej Sapkowski e expandido pela CD Projekt Red.
Embora a saga de Geralt de Rivia nos tenha dado inúmeras horas de exploração e narrativa densa, há ainda pontas soltas e aspetos do lore que pedem clarificação. Prepara a tua espada de prata, pois vamos explorar quatro grandes questões que esperamos ver respondidas.
Como é que Ciri se tornou realmente uma witcher?
Os produtores já adiantaram: em “The Witcher 4”, Ciri é uma witcher de pleno direito. Para quem acompanhou a sua jornada em “The Witcher 3: Wild Hunt”, isto não é propriamente uma surpresa, dado que Geralt a orientava claramente nesse sentido. Contudo, o “como” é que levanta questões importantes. A Prova das Ervas, o ritual mutagénico que transforma rapazes em witchers, é incrivelmente perigoso, com uma taxa de sobrevivência masculina a rondar apenas os 30%.
O lore estabelecido, tanto nos livros como noutras fontes, indica que é extraordinariamente difícil, senão impossível, para mulheres ou adultos passarem com sucesso por estas provas. Até onde se sabe, nenhuma o fez. Ciri, no momento em que supostamente se submeteria a tal processo, já é uma jovem adulta, o que tornaria as suas probabilidades estatisticamente ínfimas.
Como superou ela este obstáculo monumental? Terá encontrado um método alternativo, ou será que a sua linhagem ancestral e os seus poderes únicos desempenharam um papel crucial, permitindo-lhe contornar os aspetos mais letais do processo? Uma explicação detalhada sobre a sua transformação não só enriqueceria a sua personagem, mas também adicionaria uma nova camada à mitologia dos witchers.
Qual o futuro da Lei da Surpresa na vida de Ciri?
A ligação entre Geralt e Ciri é uma das pedras basilares da saga, cimentada pela antiga e poderosa Lei da Surpresa. Esta tradição dita que uma pessoa pode ser recompensada com algo que o devedor possui, mas desconhece no momento do pedido — frequentemente, um filho inesperado. Foi assim que Geralt e Ciri se tornaram, essencialmente, família, preenchendo vazios nas vidas um do outro.
No entanto, um aspeto menos explorado da Lei da Surpresa é a sua profunda ligação ao destino. Acredita-se que esta lei é uma força fatídica, e uma vez que algo ou alguém te é concedido por ela, torna-se difícil escapar a essa ligação. Este laço é visto como um fator protetor nas aventuras de Geralt e Ciri, unindo-os contra o perigo.
Com Geralt a passar o testemunho de protagonista a Ciri, não é claro qual será a sua presença na nova narrativa. Contudo, a Lei da Surpresa deveria, teoricamente, dificultar que se mantenham permanentemente afastados. Como continuará esta força a moldar o destino de Ciri? Irá a Lei da Surpresa trazer novas figuras para a sua vida ou reforçar laços antigos de formas inesperadas?
Iremos finalmente explorar as outras escolas de witchers?
Sabemos da existência de outras escolas de witchers para além da Escola do Lobo, à qual Geralt e Ciri estão ligados. Kaer Morhen é icónica, mas o mundo é vasto. Os livros mencionam outras escolas, e os jogos introduziram figuras como Letho de Gulet, o Regicida de “The Witcher 2”, que pertencia à Escola da Víbora.
No ponto da história em que os jogos decorrem, o número de witchers no mundo diminuiu drasticamente, tornando-os figuras cada vez mais raras. É também importante notar que os jogos adicionaram mais escolas do que as presentes nos livros, o que torna a questão do cânone destas escolas um pouco nebulosa. Se estas outras escolas ainda existem, mesmo que apenas em ruínas, seria fascinante que Ciri as explorasse.
Na sua jornada, Ciri poderia aprender com outros witchers sobreviventes, caso existam, ou descobrir conhecimento perdido nos seus textos e anotações, caso as escolas tenham sido destruídas. Não se espera que “The Witcher 4” introduza uma dúzia de novos witchers, mas explorar o que resta destas instituições permitiria expandir imenso o conhecimento sobre as diferentes tradições, técnicas de combate e perspetivas filosóficas dos caçadores de monstros.
A Maldição do Sol Negro: teremos todas as respostas?
Este é um dos mistérios mais sombrios e persistentes, diretamente ligado a Ciri. A Maldição do Sol Negro é uma profecia que anunciava o nascimento de sessenta raparigas após um eclipse, que trariam a destruição ao mundo. Embora muito permaneça um enigma, sabemos que está intrinsecamente ligada a Ciri.
A sua mãe, Pavetta, nasceu durante esse período, e o seu marido, Emhyr var Emreis (o Imperador de Nilfgaard), consentiu que Pavetta fosse entregue para experimentação, aparentemente para que Ciri pudesse viver. Estas maquinações resultaram nos eventos iniciais da vida de Ciri e, por fim, nos acontecimentos de “The Wild Hunt”.
Apesar de muitos detalhes aludirem a uma grande conspiração e a poderes ancestrais, pouca informação foi confirmada de forma inequívoca. Dado que este mistério é tão central para a vida e identidade de Ciri, “The Witcher 4” parece a oportunidade perfeita para o expandir e, quem sabe, resolvê-lo.
Que segredos ainda se escondem por detrás desta profecia? Quais foram as verdadeiras motivações de Emhyr? E como é que o sangue ancestral de Ciri se encaixa nisto tudo? Desvendar a Maldição do Sol Negro poderia oferecer revelações chocantes e um clímax narrativo poderoso para a nova saga.
A CD Projekt Red tem em mãos a oportunidade de não só contar uma nova história com Ciri, mas também de aprofundar e enriquecer um universo que cativa milhões. As respostas a estas questões não são meros detalhes; são elementos que podem redefinir a nossa compreensão do mundo de The Witcher e do papel de Ciri nele.
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