Os europeus nunca quiseram tanto energia solar como hoje em dia. O problema? Os painéis utilizados vêm quase todos da China e os fabricantes europeus enfrentam uma ameaça real à sua própria existência.
Esta batalha já levou alguns países a propor medidas drásticas, como a imposição de taxas aos produtos chineses, enquanto outros alertam para os riscos desta escalada protecionista.
Uma história de dependência chinesa
É notável o volume de importação de painéis solares da China, país que já domina cerca de 95% deste mercado na Europa, segundo a Agência Internacional de Energia.
Por um lado, este recurso torna acessível ao cidadão comum a instalação de equipamentos de energia amiga do ambiente e permite poupanças consideráveis na fatura da luz.
Por outro, coloca um setor estratégico nas mãos de uma entidade externa — num panorama geopolítico delicado, esta “dependência” poderá ter custos que vão além do financeiro.
Risco real ameaça indústria local
O secretário-geral do Conselho Europeu de Fabrico Solar não podia ser mais claro: “A situação é realmente muito, muito, muito preocupante”.
Muitos dos fabricantes europeus sentem que não conseguem competir contra as importações a baixo custo da China e avisam que poderão mesmo ficar fora do mercado em poucas semanas se o governo não intervém. Isto levanta uma questão essencial: Vale a pena sacrificar a indústria interna no altar da energia verde?
Uma disputa que não agrada a todos
Não são os únicos europeus a ter uma posição nesta matéria. O ministro da Economia alemão expressou recentemente que esta disputa poderá causar grandes prejuízos económicos, tornando até 90% do mercado solar mais caro — precisamente uma altura em que se deseja incentivar o seu rápido crescimento.
Afinal, esta mudança implica na substituição da maioria dos equipamentos utilizados para captação solar na Europa.
E Portugal?
O nosso país ainda vive numa era muito embrionária do que diz respeito à utilização da energia solar residencial. No entanto, esta é uma questão central em políticas e iniciativas europeias voltadas para a independência energética, pelo que se poderá dizer que também estamos diretamente afetados.
No final das contas, importa pensar para lá do consumidor final e analisar o preço real das opções “low cost”.
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