Inteligência Artificial do Google decifra o teu gosto musical

Cientistas da Google acabam de alcançar um progresso notável na área de Inteligência Artificial (IA) “capaz de ler mentes”, conseguindo decifrar as preferências musicais dos indivíduos a partir da análise dos sinais cerebrais.

Como a Brain2Music funciona?

Esta nova inovação é chamada de Brain2Music. O funcionamento da tecnologia reside na utilização de dados de ressonância magnética funcional (fMRI), que acompanham o fluxo sanguíneo para diferentes regiões do cérebro, e de interfaces cérebro-computador (BCIs) para capturar os padrões de atividade neural enquanto os ouvintes escutam diferentes músicas. Timo Denk, co-autor do estudo e engenheiro de software na Google na Suíça, revelou que a IA previu corretamente a concordância entre o estado de espírito da música reconstruída e a música original cerca de 60% das vezes.

Inicialmente, a Brain2Music é treinada com um subconjunto de dados de imagens cerebrais e trechos de músicas correspondentes. O objetivo é estabelecer conexões entre vários elementos musicais – como instrumentos, género, ritmo e estado de espírito – e os sinais cerebrais dos participantes.

À medida que os participantes escutam música, o sistema de IA analisa meticulosamente os padrões neurais e os correlaciona com os metadados da música. Com o tempo, os modelos de aprendizagem automática tornam-se proficientes em reconhecer padrões distintos associados a elementos musicais específicos, como ritmo, melodia e harmonia, e posteriormente associá-los a músicas correspondentes na base de dados.

Google Inteligência artificial

Dilema ético

No entanto, este avanço tecnológico da Google não está isento de controvérsias. A capacidade da IA de “ler a mente” tem suscitado questões sobre privacidade, consentimento e uso de dados.

Desta forma, se a Google planear comercializar esta tecnologia no futuro, terá de implementar medidas rigorosas de proteção de dados para garantir que a informação dos utilizadores permaneça confidencial.

É um passo entusiasmante no campo da neurotecnologia, mas as implicações éticas e de privacidade que o acompanham não podem ser negligenciadas.