Samsung Galaxy Ring criticado por contribuir para o aumento do lixo eletrónico

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A iFixit, especialista em reparação de dispositivos, lançou duras críticas ao novo Galaxy Ring da Samsung, classificando-o como uma peça de tecnologia “descartável”.

Segundo a análise da iFixit, este anel inteligente, que custa cerca de 400 dólares, está destinado a juntar-se ao crescente problema do lixo eletrónico, sendo comparado a outros dispositivos da marca, como os Galaxy Buds3.

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Tecnologia descartável: um problema crescente

O problema central, segundo a iFixit, reside na bateria de íon de lítio do Galaxy Ring. Estas baterias têm uma vida útil limitada a aproximadamente 400 ciclos de recarga, o que significa que, após cerca de dois anos de uso regular, o dispositivo ficará inutilizável. Como a bateria não pode ser substituída, o destino final do anel será inevitavelmente o lixo eletrónico.

Este fenómeno não é exclusivo do Galaxy Ring. A iFixit destaca que outros dispositivos semelhantes, como os Galaxy Buds3, partilham o mesmo problema.

Estes dispositivos são projetados para serem simples e compactos, mas essa simplicidade vem com um grande custo: a impossibilidade de reparação. Como resultado, tornam-se obsoletos e são descartados após um curto período de uso.

O aumento alarmante do lixo eletrónico

O impacto ambiental deste tipo de tecnologia descartável é significativo. De acordo com o relatório “Global E-Waste Monitor 2024” da ONU, em 2022 foram gerados cerca de 62 milhões de toneladas de lixo eletrónico, um aumento de 82% em comparação com 2010.

As previsões apontam para que, até 2030, esse número cresça para 82 milhões de toneladas, um aumento alarmante de 32%.

Apesar das iniciativas de reciclagem, a verdade é que o lixo eletrónico está a crescer a um ritmo cinco vezes mais rápido do que a capacidade de reciclagem.

Este desequilíbrio significa que uma grande quantidade de e-waste acaba por ser descartada de forma inadequada, contribuindo para a poluição e outros problemas ambientais.

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A opinião da iFixit: evitar tecnologia descartável

A iFixit não poupa nas palavras ao descrever o Galaxy Ring e outros dispositivos semelhantes. “Não há nada de errado em ser simples, mas há algo de muito errado em ser irreparável”, escreve a iFixit no seu blogue.

A empresa sublinha que, enquanto a indústria continua a lançar produtos que não podem ser reparados, o problema do lixo eletrónico não fará senão piorar.

A recomendação final da iFixit é clara: “Não podemos recomendar a compra de tecnologia descartável como o Galaxy Ring.” Para os consumidores preocupados com o impacto ambiental das suas compras, esta é uma chamada de atenção importante.

Em vez de investir em tecnologia que rapidamente se tornará obsoleta, a iFixit sugere procurar alternativas mais duráveis e reparáveis.

Um apelo à consciência ecológica

A crítica da iFixit ao Galaxy Ring levanta questões importantes sobre o futuro da tecnologia e o seu impacto no ambiente. Enquanto os avanços tecnológicos continuam a impressionar os consumidores com novas funcionalidades e designs elegantes, é crucial considerar o ciclo de vida completo destes dispositivos. O que parece uma inovação excitante hoje pode tornar-se num fardo ambiental amanhã.

Para os utilizadores, a escolha é simples: optar por tecnologia que não só satisfaz as necessidades imediatas, mas que também tem um impacto reduzido no ambiente a longo prazo. O Galaxy Ring pode parecer uma novidade atraente, mas, como alerta a iFixit, o preço real pode ser mais alto do que o valor na etiqueta.

Pontos principais:

  • A iFixit, conhecida por avaliar a reparabilidade de dispositivos tecnológicos, critica o Samsung Galaxy Ring por ser um dispositivo "descartável".
  • O Galaxy Ring é comparado a outros dispositivos inteligentes, como os Galaxy Buds3, que possuem baterias de íon de lítio com uma vida útil limitada a cerca de 400 ciclos de recarga.
  • Após esse período, a bateria torna-se inutilizável, e como não pode ser substituída, o dispositivo torna-se lixo eletrónico.
  • A iFixit alerta para o aumento do problema de resíduos eletrónicos (e-waste), com previsões de um crescimento significativo até 2030.
  • A reciclagem não está a acompanhar o ritmo do crescimento do e-waste, agravando o problema.
  • A iFixit conclui que não recomenda a compra de tecnologia descartável como o Galaxy Ring.
Amante de tecnologia, desporto, música e muito mais coisas que não cabem em 24 horas. Fundador do AndroidBlog em 2011 e autor no Techenet desde 2012.