SMIC sob fogo: EUA intensificam restrições para impedir avanços da China

Os Estados Unidos estão a intensificar os esforços para impedir que a China avance tecnologicamente no campo dos semicondutores.

As mais recentes restrições visam a SMIC, a principal fabricante de chips da China, e pretendem bloquear a produção de chips avançados que possam ser utilizados em dispositivos Huawei.

Estas medidas surgem na sequência de relatos de que a Huawei poderá estar a desenvolver um novo chip Kirin de 5nm, ainda mais poderoso.

Huawei Kirin Processadores

Esta escalada de restrições por parte dos EUA está a perturbar a cadeia de fornecimento da SMIC e poderá dificultar a sua produção durante meses.

A escalada das medidas contra a autonomia tecnológica chinesa

A administração Biden tem vindo a apertar o cerco à SMIC nos últimos meses, numa tentativa de limitar a capacidade tecnológica da China.

Após revelações de que a fábrica mais avançada da SMIC, a SMIC South, produziu um chip sofisticado para os dispositivos da série Mate 60 da Huawei, os EUA reagiram.

Recentemente, o Departamento de Comércio dos EUA enviou cartas a fornecedores americanos que colaboravam com a SMIC, proibindo-os dessa colaboração.

Estas cartas cortaram eficazmente milhões de dólares em envios de materiais essenciais para o fabrico de chips à fábrica SMIC South, que era considerada como a única fábrica de chips na China capaz de produzir chips de última geração.

Possível novo chip Huawei é visto como ameaça pelos EUA

A resposta intensificada dos EUA vem também num momento em que circulam rumores de que a Huawei está a trabalhar num chip de 5nm.

Esta evolução poderá representar um salto significativo para os telemóveis da Huawei, aproximando-os em termos de desempenho de chips como o A17 Pro de 3nm da Apple.

A possibilidade deste novo chip Kirin estar em desenvolvimento representa para os decisores norte-americanos uma ameaça, reforçando a necessidade de impor restrições ainda mais severas aos fornecedores americanos de equipamento de produção de chips, visando impedir o desenvolvimento de uma nova geração dos chips Kirin da China.

Impacto nas cadeias de fornecimento e ambições chinesas

A consequência mais imediata desta ofensiva norte-americana tem-se sentido nas cadeias de fornecimento a montante da SMIC, forçando a empresa a procurar fornecedores alternativos, com as demoras e dificuldades que isso envolve.

Para além das dificuldades práticas que isto representa, as ações dos EUA são um claro sinal político com repercussões que extravasam o caso SMIC/Huawei e que reflectem a determinação em travar as ambições chinesas de autonomia tecnológica no que diz respeito a semicondutores.