A plataforma X, anteriormente conhecida como Twitter, está a enfrentar críticas depois de um relatório do Tech Transparency Project (TTP) revelar que permitiu a dezenas de indivíduos e grupos sancionados adquirir o seu serviço premium através de pagamento.
Este facto levanta questões sobre a possibilidade de a empresa estar a violar as sanções impostas pelos Estados Unidos.
Detalhes inquietantes
Segundo o TTP, foram encontradas 28 contas verificadas pertencentes a pessoas e grupos considerados ameaças à segurança nacional pelo governo dos EUA.
Entre estes, incluem-se líderes do Hezbollah e contas associadas aos Houthis no Iémen, além de meios de comunicação estatais do Irão e da Rússia.
Destaca-se que 18 dessas contas foram verificadas após a X começar a cobrar pela verificação na primavera passada.
A exigência de um pagamento mensal ou anual para o serviço premium sugere transações financeiras com estas contas, potencialmente em violação das sanções dos EUA.
Curiosamente, as políticas da própria X proíbem indivíduos sancionados de pagarem por serviços premium, o que adiciona uma camada de complexidade à situação.
Mudanças e consequências
A política de verificação da X, alterada significativamente por Elon Musk após a sua aquisição da empresa, permite agora que qualquer pessoa obtenha um distintivo azul se subscrever ao X Premium, sem a necessidade de apresentar identificação.
A plataforma também introduziu distintivos dourados para anunciantes, um serviço que começa nos 200 dólares mensais.
Contas de entidades sancionadas, como a Press TV do Irão e o Tinkoff Bank da Rússia, receberam estes distintivos dourados, o que poderia igualmente constituir uma violação das políticas do governo dos EUA.
Embora a X não tenha respondido imediatamente a pedidos de comentário, parece que a empresa já retirou a verificação de algumas das contas mencionadas no relatório do TTP.
Contudo, o debate em torno das suas políticas de verificação e a potencial violação de sanções permanece aceso.
Reflexão sobre a responsabilidade das plataformas
Este caso coloca em evidência a complexa interação entre as políticas corporativas das plataformas de redes sociais e a legislação internacional.
A capacidade de entidades sancionadas de obterem verificação e, possivelmente, lucrarem com programas de partilha de receitas da X, questiona a eficácia dos mecanismos de controlo e supervisão existentes na empresa.
Num mundo cada vez mais digital, onde as fronteiras entre o legal e o ilegal se tornam turvas, a responsabilidade das plataformas de redes sociais é agora mais importante do que nunca.
Este incidente serve como um lembrete da necessidade de uma governança mais rigorosa e transparente, garantindo que as políticas internas não só cumprem com a lei, mas também refletem os valores éticos e morais da sociedade.
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