Numa das suas mudanças mais significativas dos últimos tempos, o YouTube decidiu finalmente oferecer uma das funcionalidades mais cobiçadas do seu serviço Premium a todos os utilizadores: a possibilidade de descarregar vídeos para ver offline. A novidade, que já começou a ser implementada, permite que mesmo quem não paga uma subscrição possa guardar vídeos para ver mais tarde, sem precisar de uma ligação à internet.
No entanto, antes que comeces a sonhar em descarregar toda a tua playlist de favoritos em alta definição, há um senão, e é um senão bastante grande. A Google abriu a porta, mas apenas uma pequena fresta. A experiência de downloads para os utilizadores gratuitos é uma versão muito limitada e restrita daquela que os subscritores Premium já conhecem, servindo mais como um “desenrasca” do que como uma alternativa real.
A qualidade de imagem paga-se (e bem)
A principal e mais notória limitação está na qualidade dos vídeos que podes descarregar. Enquanto um utilizador Premium pode guardar vídeos em resoluções que vão até Full HD (1080p), garantindo uma experiência de visualização de alta qualidade, os utilizadores do serviço gratuito ficam confinados ao fundo do poço da resolução: 360p ou, no máximo, uns muito pixelizados 144p.
Na prática, isto significa que a funcionalidade é útil para ver vídeos de palestras ou tutoriais onde a imagem não é o mais importante, mas esquece a ideia de descarregar um trailer de um filme ou um documentário de natureza para veres em todo o seu esplendor. A qualidade será semelhante à do YouTube do início dos anos 2000, uma concessão enorme em troca da conveniência do offline.
Limites, limites e mais limites
As restrições não se ficam pela qualidade de imagem. O número de vídeos que podes descarregar como utilizador gratuito também será limitado. Embora a Google ainda não tenha especificado qual será o limite exato, esta é outra barreira clara para te incentivar a subscrever o plano pago, que oferece downloads ilimitados.
Além disso, há uma categoria de conteúdo que continua a ser território exclusivo dos assinantes Premium: os videoclipes de música. Se a tua intenção era criar uma playlist de música offline para as tuas viagens, terás mesmo de abrir os cordões à bolsa. É importante notar que a subscrição Premium Lite, a mais barata, também não inclui a funcionalidade de downloads, pelo que não serve de alternativa.
Uma vitória agridoce para os utilizadores
Apesar de todas estas limitações, esta mudança não deixa de ser uma pequena vitória para os milhões de utilizadores que não querem ou não podem pagar por uma subscrição. Ter a possibilidade de guardar um vídeo para ver no avião, no metro ou numa zona sem rede, mesmo que em baixa qualidade, é melhor do que não ter opção nenhuma.
Esta funcionalidade oferece uma alternativa oficial e segura às dezenas de sites e aplicações de terceiros, muitas vezes duvidosos, que os utilizadores recorriam para descarregar vídeos. Não é a solução perfeita, longe disso, mas é um passo da Google para reconhecer uma das necessidades mais básicas da sua comunidade. Para o utilizador ocasional, que só precisa de guardar um vídeo de vez em quando, esta nova ferramenta pode ser mais do que suficiente. Para todos os outros, o botão de subscrição do Premium continua a ser o caminho a seguir.
