Numa recente audição sobre segurança online, Mark Zuckerberg, CEO da Meta, reiterou a sua posição contrária à ideia de que empresas como a sua deveriam ser responsáveis por gerir sistemas de consentimento parental para o uso de aplicações de redes sociais por crianças, como o Facebook e o Instagram.
Em vez disso, Zuckerberg sugeriu que o problema deveria ser resolvido pelos fornecedores de lojas de aplicações, nomeadamente a Apple e a Google.
Proposta de Novembro e o Papel da Apple e Google
Esta não é a primeira vez que a Meta propõe esta ideia. Em novembro passado, a empresa apresentou uma proposta argumentando que a Apple e a Google deveriam fazer mais em relação à segurança de crianças e adolescentes.
A proposta incluía a exigência de aprovação parental quando utilizadores entre os 13 e os 15 anos descarregam certas aplicações.
Antigone Davis, responsável global de segurança da Meta, afirmou na altura que esta seria a “melhor forma” de apoiar tanto os pais como as crianças, e que a solução deveria ser implementada em toda a indústria, onde “todas as aplicações são sujeitas ao mesmo padrão consistente”.
Estratégia de Zuckerberg e Rivalidade com Apple
Na audição de hoje, Zuckerberg sugeriu que a própria pesquisa da Meta indicava que os pais desejavam mais controlo sobre as aplicações através dos smartphones e das lojas de aplicações que as famílias utilizam.
Ele posicionou a sua proposta como uma que respeitaria melhor a privacidade do utilizador, já que não envolveria o carregamento de identificações.
Zuckerberg também destacou a possibilidade de passar uma lei que exigisse às lojas de aplicações garantir que os pais tenham controlo sempre que uma criança descarrega uma aplicação e dá o seu consentimento.
Esta sugestão é vista como uma manobra astuta da Meta, virando contra a Apple o seu desejo de lucrar com as aplicações na sua loja.
Conflito Entre Meta e Apple
A Meta e a Apple têm estado em desacordo há algum tempo, especialmente após a entrada da Apple no mercado publicitário através de uma medida de privacidade para os consumidores, a App Tracking Transparency.
Com isto, os consumidores podem solicitar que as aplicações não os rastreiem, prejudicando o negócio de publicidade da Meta e as suas receitas.
Por sua vez, os criadores de aplicações teriam de comprar mais anúncios de pesquisa na App Store para alcançar os seus utilizadores.
Mark Zuckerberg defende que a responsabilidade pelo gerenciamento do consentimento parental em aplicações deva ser transferida para as gigantes da tecnologia, Apple e Google, em vez de recair sobre empresas como a sua, Meta.
Esta posição foi reforçada na recente audição sobre segurança online. A proposta da Meta, apresentada em novembro, sugere que a Apple e a Google deveriam exigir aprovação parental para o download de certas aplicações por utilizadores jovens.
Esta mudança aliviaria as empresas de redes sociais da gestão do consentimento parental e colocaria tal responsabilidade nas lojas de aplicações.
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