A Huawei está a preparar-se para introduzir uma das peças de hardware mais inesperadas e controversas da história recente dos smartphones: uma ventoinha de arrefecimento ativa. Numa altura em que os processadores estão mais potentes (e quentes) do que nunca, e os sensores de câmara atingem os 200 megapíxeis, a empresa parece ter chegado à conclusão de que os métodos de arrefecimento passivo já não são suficientes. Uma nova e detalhada fuga de informação revela não só esta nova tecnologia, mas também a estratégia de implementação faseada que a levará aos seus próximos três grandes lançamentos.
Enquanto os rivais se debatem com o thermal throttling (a perda de desempenho devido ao calor), a Huawei está a ir buscar inspiração direta ao mundo dos PCs de gaming. É uma jogada arriscada, que levanta questões sobre durabilidade e ruído, mas que pode ser a chave de engenharia necessária para desbloquear o verdadeiro potencial dos seus novos chips Kirin e dos seus futuros sistemas de câmara.

A estratégia em duas fases: primeiro a performance, depois a fotografia
A fuga de informação, vinda de um conhecido leaker na rede social Weibo, não aponta apenas para uma única tecnologia, mas para um plano de lançamento deliberado. A Huawei não vai apostar tudo num só dispositivo; vai introduzir a ventoinha de forma gradual.
Fase 1: A estreia da ventoinha no Mate 80 (Novembro de 2025) O primeiro a chegar será o muito aguardado Mate 80, com lançamento previsto já para 18 de novembro. Este será, alegadamente, o primeiro smartphone da marca a incorporar a “ventoinha de arrefecimento”. No entanto, a fuga de informação sugere que este modelo não trará ainda a câmara de 200MP.
A lógica é clara: o Mate 80, equipado com um novo derivado do poderoso chip Kirin 9030, usará a ventoinha como um trunfo de performance sustentada. O alvo aqui são os power users e os gamers, que poderão jogar e executar tarefas pesadas durante mais tempo sem que o telemóvel sobreaqueça e perca desempenho. O Nova 15 Ultra, que deverá ser lançado pouco depois com o novo chip Kirin 8030 5G, também poderá herdar esta tecnologia, levando o arrefecimento ativo a uma gama mais acessível.
Fase 2: A fusão total no Pura 90 (Abril de 2025) O verdadeiro prato principal está guardado para a primavera. É aqui que a estratégia da Huawei se completa. A futura série Pura 90, o sucessor da linha P, será o culminar desta visão.
De acordo com o leaker, os modelos de topo (Pura 90 Pro+ e Ultra) irão combinar as duas novas tecnologias: a micro-ventoinha de arrefecimento e o novo e massivo sensor de câmara CMOS de 200 megapíxeis.
Esta é a peça que faltava no puzzle. Um sensor de 200MP gera uma quantidade imensa de calor, especialmente ao gravar vídeo em alta resolução ou ao processar fotografias com pixel binning complexo. A ventoinha não será apenas um bónus de performance; será um componente essencial para permitir que a câmara de 200MP funcione no seu potencial máximo sem derreter o processador ou gerar ruído térmico nas imagens.
O “milagre” de engenharia: ventoinhas e resistência à água?
A primeira pergunta que qualquer entusiasta de tecnologia faz ao ouvir “ventoinha num telemóvel” é: “E a resistência à água?”. Uma ventoinha precisa de entradas e saídas de ar, o que é, por definição, o inimigo número um de qualquer certificação IP.
No entanto, a fuga de informação antecipa-se a esta questão de forma brilhante. Afirma que a série Pura 90 terá tanto a ventoinha como uma classificação IP68. Se isto se confirmar, estamos perante um feito de engenharia notável por parte da Huawei, que terá conseguido criar um sistema de arrefecimento ativo à prova de água, algo que nenhuma outra marca conseguiu fazer até agora.
Com os novos chips Kirin a mostrarem um poder de fogo impressionante e uma aposta clara em dominar a fotografia com sensores gigantes, a Huawei parece ter encontrado uma solução radical para o problema que afeta toda a indústria. A concorrência pode estar focada em software de IA, mas a Huawei está a apostar na força bruta da engenharia de hardware. O futuro dos telemóveis topo de gama pode, literalmente, ser muito mais fresco.
























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