A nova obsessão da indústria de smartphones tem um nome: “Air”. Numa corrida desenfreada pela magreza, marcas como a Apple e a Samsung estão a criar dispositivos incrivelmente finos, verdadeiras folhas de metal e vidro. Mas esta elegância tem um preço, um sacrifício que todos nós sentimos no bolso e na ansiedade do dia a dia: a bateria. Para ser fino, um telemóvel tem de ter uma bateria minúscula. Ou, pelo menos, era isso que pensávamos. A Motorola acaba de entrar em cena para provar que estávamos todos errados.
A empresa, muitas vezes associada a telemóveis de gama média fiáveis, mas pouco excitantes, acaba de apresentar na China o Moto X70 Air, um dispositivo que é, sem rodeios, um milagre da engenharia. Com um nome que é uma provocação direta ao iPhone Air, este smartphone não só é quase tão fino como os topos de gama mais caros do mercado, como consegue albergar uma bateria massivamente maior. É uma humilhação silenciosa, uma lição de design que prova que não é preciso sacrificar a autonomia no altar da estética.

O milagre da engenharia em números (e a vergonha para a concorrência)
O que a Motorola conseguiu com o Moto X70 Air é tão impressionante que parece desafiar as leis da física. O telemóvel tem apenas 5,99 mm de espessura. No entanto, dentro deste corpo esguio, os engenheiros conseguiram colocar uma bateria de 4.800mAh.
Para perceberes a dimensão deste feito, vamos compará-lo com os gigantes que ele veio desafiar:
- O Galaxy S25 Edge tem 5,8 mm de espessura, mas a sua bateria fica-se pelos uns modestos 3.900mAh. O Moto X70 Air é praticamente da mesma espessura, mas oferece 23% mais capacidade de bateria.
- O iPhone Air é ainda mais fino, com 5,6 mm, mas consegue-o à custa de uma bateria ainda mais pequena que a do seu rival da Samsung.
- Talvez a comparação mais esmagadora seja com o Galaxy S25 Plus. Este telemóvel é muito mais grosso (7,3 mm) e mais pesado (190g contra os 159g do Moto), mas a sua bateria é apenas ligeiramente maior, com 4.900mAh.
A Motorola não está apenas a competir; está a ditar as regras. Mostrou que é possível ter um design ultra-fino sem ter de andar constantemente à procura de uma tomada.

Mais do que um rosto bonito: um topo de gama disfarçado de gama média
Se pensas que a Motorola sacrificou tudo o resto para alcançar este feito de design, estás enganado. O Moto X70 Air é um pacote surpreendentemente completo e poderoso, posicionando-se como um dos telemóveis de gama média mais desejáveis do ano.
No seu coração bate o mais recente processador de gama média da Qualcomm, o Snapdragon 7 Gen 4, que garante uma performance de topo para a grande maioria dos utilizadores. O ecrã é um belíssimo painel OLED de 6,7 polegadas com uma resolução nítida de 2712 x 1220 e uma taxa de atualização fluida de 120Hz.
O sistema de câmaras é igualmente impressionante para a sua classe, com um sensor principal de 50MP, um sensor ultrawide de 50MP e até uma câmara frontal de 50MP para selfies de alta qualidade. E os pormenores de luxo não ficam por aqui: o telemóvel tem carregamento rápido com fios de 68W, carregamento sem fios de 20W (uma raridade nesta gama de preço) e uma robusta certificação IP68 e IP69 para resistência a água e poeira.
O futuro global: prepara-te para o Motorola Edge 70
Como é habitual na estratégia da Motorola, o Moto X70 Air foi lançado, para já, apenas na China. No entanto, é quase certo que este não será um exclusivo do mercado asiático por muito tempo. A expectativa é que este dispositivo seja lançado globalmente nos próximos meses, rebatizado como Motorola Edge 70.
O preço ainda é um mistério, mas uma coisa é certa: custará uma fração do preço de um iPhone Air ou de um Galaxy S25 Edge. E é aí que reside o seu poder. A Motorola não está a tentar vender-te o telemóvel mais potente do mundo; está a oferecer-te o design mais elegante e a solução de engenharia mais inteligente, num pacote acessível.
A chegada do Moto X70 Air é mais do que o lançamento de um novo telemóvel. É um aviso para toda a indústria. A corrida pela magreza já não tem de ser sinónimo de compromissos dolorosos. A Motorola acabou de mostrar como se faz. Agora, a bola está do lado da Apple e da Samsung.























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