O mundo dos smartphones topo de gama segue uma regra quase sagrada: a nova geração é sempre mais cara que a anterior. É uma marcha de preços que parece imparável. Mas a OnePlus, a marca que se construiu sob o lema “Never Settle”, pode estar prestes a quebrar esta regra da forma mais inesperada. Uma nova e credível fuga de informação sobre os preços do OnePlus 15 sugere que o próximo topo de gama será, surpreendentemente, mais acessível que o seu antecessor, o OnePlus 13.
Esta não é uma promoção aleatória; é uma mudança de estratégia calculada, uma jogada de mestre para redefinir o seu lugar no mercado. Numa altura em que a concorrência é mais feroz do que nunca, a OnePlus parece estar a fazer uma aposta arriscada: sacrificar o luxo em nome da performance pura e de um preço mais agressivo.
Uma descida de preço real (e simbólica)
A fuga de informação, vinda de fontes com credibilidade como o leaker Arsène Lupin, é consistente em vários mercados. Para o Reino Unido, o modelo de 16GB de RAM e 512GB de armazenamento do OnePlus 15 deverá chegar por £949. Em comparação, o seu antecessor direto, o OnePlus 13, custava £999 na mesma configuração.
É uma redução modesta de £50 (cerca de 60€), mas o seu valor simbólico é enorme. Esta poupança alinha-se com rumores anteriores do mercado chinês, que apontavam para uma redução de 500 Yuan (cerca de 65€). A mensagem é clara: a OnePlus está deliberadamente a tornar o seu principal topo de gama mais barato. A questão é: como?

A estratégia: trocar o “luxo” pela performance
Para conseguir baixar o preço sem comprometer a sua alma de topo de gama – que virá equipada com o monstruoso processador Snapdragon 8 Elite Gen 5 – a OnePlus teve de fazer escolhas. E essas escolhas revelam a sua nova estratégia, alegadamente inspirada pelo sucesso estrondoso da sua marca-irmã, a iQOO, focada no gaming.
A OnePlus parece ter percebido que o seu público-alvo valoriza mais a fluidez e a potência bruta do que os “extras” de marketing de luxo. Por isso, fez dois cortes cirúrgicos e muito inteligentes:
1. Adeus, Hasselblad: A dispendiosa e muito publicitada parceria com a lendária marca de câmaras Hasselblad parece ter chegado ao fim. Esta colaboração, embora desse um selo de prestígio às câmaras, representava um custo de licenciamento elevado. Em sua substituição, o OnePlus 15 irá estrear o motor de processamento de imagem da própria marca, o “DetailMax Engine”. É uma aposta na sua própria tecnologia, permitindo poupar milhões e, ao mesmo tempo, ter controlo total sobre o resultado fotográfico.
2. Um ecrã 1.5K em vez de 2K: O segundo corte está no ecrã. Em vez de insistir num painel 2K (QHD+) topo de gama, que consome mais bateria e é mais caro de produzir, o OnePlus 15 irá adotar um ecrã 1.5K. Para a esmagadora maioria dos utilizadores, a diferença de nitidez num ecrã deste tamanho é praticamente impercetível a olho nu, mas a poupança nos custos de produção é significativa.
O regresso do “Flagship Killer”?
Ao fazer estes dois “sacrifícios” inteligentes – um no branding da câmara, outro numa resolução de ecrã que poucos conseguem distinguir – a OnePlus consegue o melhor de dois mundos. Mantém o que é essencial para o seu público (o melhor processador do mercado e uma experiência de software limpa com o OxygenOS 16) e, ao mesmo tempo, baixa o preço, tornando-se uma proposta muito mais atraente.
É uma jogada de xadrez brilhante. A OnePlus está a afastar-se da competição direta com a Apple e a Samsung no campo do “ultra-luxo” e a regressar às suas origens de “Flagship Killer”. Está a focar-se em ser o telemóvel mais inteligente para quem procura a máxima performance sem querer pagar o preço inflacionado pelo marketing. Para os gamers e power users, o OnePlus 15 pode ter-se tornado, subitamente, no telemóvel mais aguardado de 2026.























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