Tira mais partido do ChatGPT e evita estes erros comuns

O ChatGPT tornou-se uma ferramenta quase omnipresente no nosso dia a dia digital. Seja para ajudar a escrever um email, a gerar ideias para um projeto ou simplesmente para satisfazer uma curiosidade, este assistente de Inteligência Artificial (IA) da OpenAI conquistou milhões de utilizadores em todo o mundo. No entanto, como qualquer ferramenta poderosa, para extrair o seu máximo potencial, é preciso saber como usá-la corretamente.

Muitas pessoas acabam por se sentir frustradas com os resultados, recebendo respostas vagas, genéricas ou até incorretas. Na maioria das vezes, a culpa não é da tecnologia, mas sim da forma como comunicamos com ela. Pensar no ChatGPT como um estagiário muito inteligente, mas sem experiência de vida, é uma boa analogia. Ele sabe muito, mas precisa de instruções claras para te entregar exatamente o que procuras.

Se queres melhorar a qualidade das respostas que obténs e tornar a tua interação com a IA muito mais produtiva, continua a ler. Analisamos os três erros mais comuns que os utilizadores cometem e explicamos-te, de forma simples e prática, como os podes evitar.

Chatgpt Openai Eu

Erro 1: Pedir sem dar o contexto necessário

Este é, talvez, o erro mais frequente e o que mais leva a respostas desinteressantes. Fazer um pedido ao ChatGPT sem lhe dar qualquer contexto é como pedir a um desconhecido que te dê direções sem lhe dizeres para onde queres ir. O resultado será, na melhor das hipóteses, genérico.

A IA não te conhece, não sabe qual é o teu objetivo, o teu público-alvo ou o tom de voz que pretendes. Sem esta informação, ela vai basear-se na média de todos os dados com que foi treinada, produzindo um texto que serve para tudo e, ao mesmo tempo, para nada em específico.

Como corrigir:

Sê específico e detalhado no teu pedido. Antes de escreveres a tua instrução (o “prompt”), pensa em toda a informação de fundo que um colaborador humano precisaria para fazer um bom trabalho.

Exemplo mau:

“Escreve um texto para redes sociais sobre um novo café.”

Exemplo bom:

“Assume o papel de um gestor de redes sociais. O meu objetivo é criar entusiasmo para a inauguração do meu novo café, o ‘Aroma Lisboeta’, que abre na próxima semana no Chiado. O público-alvo são jovens adultos (25-40 anos) que apreciam café de especialidade e um ambiente acolhedor para trabalhar. Escreve um post para o Instagram com um tom amigável e convidativo. Inclui uma pergunta para incentivar a interação e sugere três hashtags relevantes.”

Vês a diferença? No segundo exemplo, forneces um papel, um objetivo, um público, um tom e detalhes específicos. O resultado será incomparavelmente melhor e mais alinhado com o que realmente precisas.

Erro 2: Não fornecer exemplos para guiar a IA

Pedir algo sem mostrar um exemplo do que gostas é deixar a porta aberta para a subjetividade da máquina. Se pedes “um texto criativo”, o conceito de “criativo” do ChatGPT pode ser muito diferente do teu. Para contornar isto, a melhor estratégia é mostrar-lhe exatamente o que pretendes.

Fornecer exemplos concretos do estilo, formato ou tom que procuras é uma das formas mais eficazes de guiar a IA. Isto ajuda a refinar a direção e garante que o resultado final se assemelha muito mais à tua visão inicial.

Como corrigir:

Inclui na tua instrução um ou dois exemplos do tipo de resultado que esperas. Podes copiar e colar um trecho de um texto que gostes ou simplesmente descrever o estilo que pretendes imitar.

Exemplo mau:

“Cria 3 slogans para a minha loja online de produtos sustentáveis.”

Exemplo bom:

“Preciso de 3 slogans para a minha nova loja online de produtos sustentáveis, a ‘Terra Viva’. O tom deve ser inspirador e direto. Gosto de slogans curtos e memoráveis, que transmitam confiança e cuidado com o planeta. Inspira-te em exemplos como ‘Patagonia: Estamos neste negócio para salvar o nosso planeta’ ou ‘The Body Shop: Enriquecer, não explorar’. Foca-te na ideia de que pequenas escolhas fazem uma grande diferença.”

Ao dares referências claras, estás a calibrar a bússola criativa do ChatGPT, aumentando drasticamente a probabilidade de receberes sugestões que te agradem à primeira.

Erro 3: Usar o ChatGPT como se fosse a Google

Este é um erro conceptual que pode levar a problemas sérios, especialmente se usas a IA para pesquisa ou trabalho académico. O ChatGPT e um motor de busca como a Google são ferramentas fundamentalmente diferentes.

A Google indexa a internet e mostra-te fontes de informação existentes e (geralmente) verificáveis. O seu objetivo é encontrar e apresentar dados que já foram publicados. O ChatGPT, por outro lado, é um modelo de linguagem generativo. Ele não “procura” informação em tempo real; ele gera texto com base nos padrões que aprendeu durante o seu treino. Isto significa que ele é um mestre a criar texto que parece plausível, mas que nem sempre é factual.

Quando a IA não sabe a resposta a algo, ela pode “alucinar”, ou seja, inventar factos, datas, citações ou fontes com uma confiança desconcertante.

Como corrigir:

Usa o ChatGPT para tarefas criativas, de resumo, de escrita e de brainstorming. Para pesquisa de factos, dados concretos, notícias recentes ou informação que precise de ser 100% precisa, recorre sempre a um motor de busca ou a fontes primárias. Se usares o ChatGPT para obter informação, encara-o como um ponto de partida e verifica sempre os dados mais importantes.

Amante de tecnologia, desporto, música e muito mais coisas que não cabem em 24 horas. Fundador do AndroidBlog em 2011 e autor no Techenet desde 2012.